Todos os setores foram afetados com a pandemia, e o da segurança não foi diferente. Com o novo coronavírus, o mercado de segurança eletrônica teve que reaprender a trabalhar. São empresas que começaram e analisar a tecnologia que já existe para poder se adequar à nova realidade.
Um belo exemplo está nas câmeras de segurança que começaram a implementar sistemas de leitura de temperatura nos equipamentos, possibilitando ver, na hora, qual é a temperatura de cada pessoa que entra nos estabelecimentos para saber se ele há um quadro de febre mais grave.
A ztrax, por exemplo, que trabalha com monitoramento de ronda trouxe seu produto para o mercado de idosos, que precisam de monitoramento, assim como pacientes infectados com o Coronavírus e profissionais de saúde, que fazem visitas médicas – além do controle mais eficaz no transporte de medicamentos e outros utensílios próprios para o período, como máscaras e álcool em gel: “Funcionalidades que antes não eram vistas com grande valor agregado passaram a ser o diferencial mercadológico” explica o diretor comercial da ztrax, Marcelo Lonzetti.
Grandes mudanças para a segurança patrimonial
Marcelo entende no início – e por uma questão financeira – muitas empresas começaram a cancelar contratos por não terem ideia de como ficaria o mundo. Mas, com o aumento da criminalidade, alguns setores acabaram por se adequar novamente e buscar estes fornecedores para segurança, seja patrimonial ou pessoal, e até implementar em novas funções tecnológicas que antes não tinham:
“No início foi um pouco complicado, porém, agora é até algo benéfico, tanto para estas empresas quanto para quem contrata este tipo de serviço. Temos que ter em mente, de forma bem clara, que todas às vezes em que há uma crise, a criminalidade aumenta. O salário abaixa, as pessoas ficam desempregadas e a tendência é aumentar o volume de delitos e esta triste situação acaba beneficiando o setor de segurança”.
O que o mercado aprendeu – ou deveria ter aprendido
Marcelo diz que a retomada da economia e do PIB do Brasil, ou seja, não só no setor de segurança, pode se normalizar nos próximos três anos. O que o mercado aprendeu é que o mundo deixou tudo ocorrer sem analisar o que estava acontecendo antes da crise, permitindo muitas centralizações e monopólios:
“Era a situação de ir para a China buscar produtos tecnológicos e de segurança mais baratos porque lá a situação era mais tranquila. Porém, isso causou uma dependência mundial. A tendência é que o mundo vai começar a pensar melhor, assim que tudo começar a voltar ao normal justamente para evitar este tipo de dependência que existe hoje da China. Teremos um reposicionamento de outros países, como índia e Rússia, na questão tecnológica. Não se coloca todos os ovos dentro da mesma cesta. Se acontece alguma coisa com esta cesta, o mundo fica sem saber o que fazer e é o que está acontecendo agora”.
E o futuro?
Analisando esta concorrência com a China, mas com um olhar um pouco mais voltado para o mercado interno, Marcelo aponta que a grande lição que deveria ser aprendida agora está na questão de impostos:
“Somos um excelente produtor de insumos, um dos maiores do planeta. Podemos focar na questão de ter insumos de tecnologia, beneficiar as empresas que fornecem tecnologia com relação aos impostos para que não precisemos buscar de fora uma coisa que podemos criar dentro do nosso próprio país. Isso sim, acredito, é o que deveríamos ter aprendido com esta crise. Basta ver o que aconteceu com os respiradores” completa Marcelo.
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